Apple prepara mega-atualização para transformar a Siri em um chatbot de IA competitivo

A Apple está intensificando seus esforços em inteligência artificial e planeja uma mudança que já era muito aguardada. Segundo informações da agência de notícias Bloomberg, a gigante de Cupertino pretende lançar um serviço de busca na web totalmente baseado em IA na primavera de 2026, em uma tentativa de recuperar o tempo perdido e colocar sua assistente virtual, a Siri, no mesmo nível de concorrentes como o ChatGPT e o Google.
O Projeto “World Knowledge Answers”
Internamente, a iniciativa é conhecida como “World Knowledge Answers” (Respostas de Conhecimento Mundial). O objetivo é transformar a Siri, que hoje é vista como uma assistente de voz com capacidades limitadas, em um poderoso “sistema de respostas”. A nova tecnologia será profundamente integrada à Siri e, posteriormente, também ao navegador Safari e à busca Spotlight nos iPhones, permitindo que a assistente forneça respostas diretas e detalhadas a perguntas complexas, em vez de apenas exibir uma lista de links do Google.
Lançada como pioneira em 2011, a Siri ficou para trás de seus rivais nos últimos anos. Agora, sob a liderança do chefe de software Craig Federighi, a Apple busca uma virada de jogo. Além do novo sistema de busca, estão sendo preparadas outras novidades, que vão desde uma renovação visual da interface da Siri até um assistente de saúde que poderá funcionar em um futuro modelo de assinatura.
Nova arquitetura e uma parceria estratégica com o Google
O novo sistema da Siri será estruturado em três componentes principais para garantir respostas mais eficientes e completas:
-
Planejador (Planner): responsável por compreender a intenção e o contexto da pergunta do usuário.
-
Operador de Busca (Search Operator): encarregado de buscar as informações mais relevantes na internet.
-
Sintetizador (Summarizer): que irá consolidar os resultados encontrados em uma resposta clara e coesa, podendo combinar texto, imagens e vídeos.
Um dos detalhes mais interessantes do plano é que a Apple não dependerá apenas de sua própria tecnologia. Foi revelado esta semana que a empresa está testando uma versão customizada do modelo de linguagem Gemini, do Google. Essa colaboração visa melhorar a precisão das respostas e gerar resumos com mais rapidez e exatidão. Para garantir a privacidade dos usuários, uma prioridade da marca, esse processamento ocorreria em data centers da própria Apple. Paralelamente, a empresa avalia o uso de modelos da Anthropic e o desenvolvimento de sua própria tecnologia de base (Foundation Models).
Cronograma para recuperar o atraso
A Apple reconhece que a Siri, por anos, foi considerada inferior a outras assistentes de voz. Embora a empresa tenha prometido novas funções de IA para junho de 2025, as implementações feitas até agora não foram consideradas revolucionárias. A expectativa é que a grande mudança ocorra com a chegada do iOS 26.4 e do iPhone 17, na primavera de 2026. Com essa nova busca integrada, a Apple pode finalmente se reposicionar de forma competitiva na corrida da inteligência artificial.
Os desafios da busca por IA
Apesar do otimismo, o mercado mantém um certo ceticismo. As buscas na web baseadas em IA ainda enfrentam problemas significativos, como a ocorrência frequente de resultados incorretos e a dificuldade dos chatbots em lidar com tarefas de lógica simples. Além disso, a capacidade dessas tecnologias de reagir de forma apropriada em situações sensíveis e as questões relacionadas à proteção de dados continuam sendo grandes desafios.
O cenário se torna ainda mais complexo com a forte dependência do mercado de empresas como a fabricante de chips Nvidia, o que leva alguns especialistas a alertarem sobre uma possível bolha especulativa no setor de IA. Portanto, resta aguardar para ver se a nova Siri da Apple realmente representará o avanço prometido.