Venda de híbridos estilo Prius pode continuar após 2030 com flexibilização das regras de veículos elétricos no Reino Unido
Fabricantes de automóveis poderão ser autorizados a comercializar modelos híbridos no estilo Prius no Reino Unido até 2035. A medida está sendo considerada pelo governo britânico como parte de um plano para flexibilizar as regras de venda de veículos elétricos no país, de acordo com fontes próximas às discussões.
Uma consulta acelerada, iniciada esta semana, incluirá uma decisão aguardada há muito tempo sobre os tipos de veículos que poderão ser vendidos após a entrada em vigor da proibição de novos carros a gasolina e diesel em 2030. Segundo pessoas familiarizadas com o assunto, a decisão poderá impactar diretamente a estratégia das montadoras.
A ex-secretária de transporte, Louise Haigh, havia manifestado abertura para permitir a venda de modelos “híbridos completos”, que utilizam motor a combustão e bateria em paralelo. No entanto, sua renúncia repentina, após admitir na quinta-feira uma condenação criminal em 2014, não deve alterar significativamente as discussões em andamento no governo sobre a questão.
Híbridos completos: uma solução intermediária
A tecnologia, amplamente popularizada pelo Toyota Prius e atualmente adotada por várias marcas, reduz de forma significativa as emissões gerais dos veículos. Contudo, não permite que os carros rodem por longos períodos apenas com energia elétrica. Diferentemente dos “híbridos plug-in”, que possuem baterias maiores e podem ser recarregados na tomada, os “híbridos completos” não requerem recarga externa.
Permitir a venda desses veículos após 2030 seria uma medida bem recebida pela indústria automobilística, que tem pressionado por uma revisão do esquema atual, uma vez que as vendas de veículos totalmente elétricos permanecem abaixo das expectativas iniciais.
De acordo com um membro do governo, a continuidade das vendas de híbridos completos após 2030 seria uma “solução de emergência”, embora ainda não seja completamente descartada como uma possibilidade futura.
Por outro lado, defensores dos veículos elétricos e alguns ministros acreditam que autorizar a comercialização de “híbridos completos” poderia desestimular a transição para carros totalmente elétricos, retardando o avanço tecnológico e a adoção em massa de veículos com emissão zero.
Mais flexibilidade para fabricantes
A consulta também deve propor maior flexibilidade para os fabricantes de automóveis em relação às metas de vendas de veículos elétricos no Reino Unido. Entre as mudanças previstas, está a ampliação de duas regras já existentes. A primeira é a “troca de créditos”, que permite que fabricantes comprem créditos de rivais para evitar multas. A segunda é uma regra que permite que empresas não atinjam metas iniciais, desde que se comprometam a superá-las em anos futuros.
Um membro do governo afirmou que o objetivo é adotar “flexibilidade máxima” no programa, o que poderia aliviar parte da pressão enfrentada pelas montadoras.
Atualmente, o esquema exige que uma certa porcentagem das vendas anuais de cada fabricante seja de veículos com emissão zero. Essa porcentagem, que é de 22% em 2024, aumentará progressivamente até atingir 80% em 2030. As empresas que não cumprirem as metas enfrentam multas de £15.000 por veículo não vendido dentro do limite estipulado.
A decisão sobre a continuidade dos híbridos completos será crucial para o futuro da mobilidade no Reino Unido, refletindo o equilíbrio entre promover a inovação tecnológica e atender às demandas do mercado.